Para a perplexidade do menino Pierre, a sua família congregava o judaísmo, o catolicismo e o protestantismo. Num ato humorístico e também vidente, que anteciparia a vertente integrativa de seus elevados ideais de amor e de fraternidade, Pierre decidiu criar, ludicamente, junto com um primo de infância, uma Associação Católica dos Judeus Protestantes a favor do Islamismo Budista!
Um pouco mais tarde, jovem adolescente, não foi poupado da mais cruel atrocidade do século XX, os horrores da Segunda Guerra Mundial, que deixou marcas indeléveis em seu sensível coração. Aos dezoito anos, quando as tropas alemãs invadiram sua cidade natal, Pierre foi obrigado a se refugiar na França. Como voluntário do movimento da Resistência Francesa, iniciou a sua atividade de educador, cuidando de jovens refugiados da guerra. Foi naquela ocasião que vislumbrou, caminhando em direção a uma ponte que seria explodida pelo movimento de resistência, a sua responsabilidade por um combate totalmente outro, destinado à causa da educação para a paz. No paradoxo desta vivência de destruição de uma ponte, despontava naquele jovem, o ideal do Pontifex, o construtor de pontes!
Após a guerra, Pierre mudou-se para Paris, onde se iniciou nos rigores da ciência clássica. Formou-se em Psicologia e Educação, tendo tido grandes mestres, como Jean Piaget, André Rey, Henri Piéron, Anne AncelinSchutzenberger, Igor Caruso, Jacob Lévy Moreno, entro outros. Também se formou em Psicopedagogia, na Universidade de Lion. Em Genebra, Suíça, estudou no Instituto das Ciências da Educação. Posteriormente, recebeu o título de Doutor em Psicologia, pela Universidade de Paris – Sorbonne, recebendo uma Menção Honrosa, por sua original tese sobre a Esfinge.
Quando da sua vinda ao Brasil, depois de uma década no Senac e trabalhando na Sociedade Pestalozzi, junto com Helena Antipoff, foi contratado pelo antigo Banco da Lavoura, hoje Banco Santander, para organizar um moderno departamento de desenvolvimento, façanha que realizou com impecabilidade.
Tornou-se um profissional muito bem-sucedido e, com cerca de trinta anos de idade, já era autor de best-sellers como Relações Humanas na Família e no Trabalho e O Corpo Fala, ambos publicados pela editora Vozes. Foi quando vivenciou uma profunda crise existencial, de tédio e de angustiante vazio, que culminou com um câncer. Era a crise iniciática:  o Sagrado, Aquilo que É, batendo na porta da sua existência efêmera, aquilo que passa…
Pierre escutou a mensagem, extraindo o néctar de significado da sua doença, curando-se e colocando-se na estreita senda do despertar para a plenitude do Ser. Bebeu boa fonte de muitos mestres da terapia e sabedoria perene, como Krishnamurti e Gurdjieff. Viajou para a Califórnia, onde vivenciou o que Maslow denominava de experiências culminantes, no Esalen Institute. Percorreu caminhos estreitos na Índia e no Himalaia, conhecendo grandes mestres espirituais, como Swami Muktananda. Iniciou-se  no Yoga, na Cabala, estudou o Vedanta e vivenciou a tradição milenar do, experienciando o despertar da Kundalini, a energia ígnea da Grande Vida. E travou contato com Israel, onde se reconectou com o solo sagrado de seu pai e estabeleceu laços com seus primos, entre eles, com o eminente André Cbouraqui, célebre tradutor do Antigo e Novo Testamento e do Corão, considerado o Homem de Jerusalém.
Pierre conviveu, longamente, com os fundadores da Findhorn Foundation, na Escócia. Fez amizade com sacerdotes do deserto, de forma especial com o Padre Inácio Farah, estagiou e pesquisou em clínica de parapsicologia, entrou em contato com biofísicos russos e percorreu o Mind Control a Psicossíntese de Roberto Assagioli.
Mentor maior do movimento transpessoal no Brasil, tendo sido um dos seus líderes na Europa, implantou a cadeira de Psicologia Transpessoal na Universidade Federal de Minas Gerais, onde recebeu o título de professor emérito. Na sua sólida e ampla caminhada, fez uma profunda e bela síntese das abordagens ocidentais com as vias orientais, da psicologia contemporânea com a milenar tradição sapiencial, no seu sistema denominado de Cosmodrama,  posteriormente ampliado como a Arte de viver  a vida, concretizando o seu sonho de jovem menino com a criação da Universidade Internacional da Paz. Assim, Pierre Weil logrou uma efetiva e afetiva aliança entre a razão cartesiana e o coração peregrino, o cientista lúcido e o místico dos caminhos da Essência.